Mudanças na infraestrutura cicloviária ainda parecem ter pouco efeito na segurança

Já é possível avaliar os efeitos das mudanças de infraestrutura cicloviária na segurança dos ciclistas. A Cochrane publicou recentemente uma revisão sistemática dos estudos científicos a esse respeito, e o Centro Cochrane do Brasil traduziu o resumo, em tempos de grande discussão a respeito da segurança sobre duas rodas. O trabalho mostra que, de maneira geral, os ciclistas continuam muito vulneráveis, porque ainda não foram identificadas intervenções realmente eficazes para protegê-los.

 

A revisão sistemática incluiu 21 trabalhos sobre as mudanças que podem ser feitas nas ruas para comportar melhor o tráfego dos ciclistas: ciclovias, ciclofaixas, rotatórias, espaços mais avançados para a parada dos ciclistas nos semáforos, controle de velocidade, entre outras medidas. Os trabalhos analisaram o efeito dessas medidas ao longo do tempo, ou seja, compararam o momento antes dessas mudanças com o momento posterior às modificações das ruas. Muitos utilizaram dados das companhias de tráfego locais e polícia. 

As ciclofaixas pintadas nas vias para carros não reduziram as taxas de colisões que levam a lesões nos ciclistas. O uso do limite de velocidade máxima de 32 km por hora parece proteger os ciclistas de lesões. Houve falta de dados conclusivos para outras intervenções, como paradas avançadas, ciclovias, ou se alguns grupos de pessoas são mais vulneráveis que outros. Também não foi levada em consideração os efeitos do tempo e diferentes épocas do ano sobre o fluxo de trânsito. No entanto, as falhas apontadas nesses estudos podem ajudar a realizar outras pesquisas, de realização mais longa e mais bem planejada.

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