A chamada síndrome de Guillain-Barré é uma forma rara de paralisia que pode levar um quarto das pessoas afetadas a precisarem de aparelhos até para respirar. É uma inflamação grave nos nervos do paciente, provocada por uma reação autoimune da pessoa, ou seja, o paciente começa a produzir anticorpos que atacam os seus próprios nervos. Ela pode ser provocada por infecção pelo vírus da zika. A Cochrane já realizou algumas revisões sistemáticas da literatura sobre as opções de tratamento para as pessoas afetadas pela síndrome de Guillain-Barré, por qualquer causa. A Cochrane Brasil traduziu o resumo de uma dessas revisões, que havia sido publicada em 2012 e que foi atualizada, sobre o tratamento com corticoides: por serem anti-inflamatórios potentes, os corticoides deveriam, em teoria, reduzir os danos aos nervos, provocados pela síndrome de Guillain-Barré. Porém não funcionam. Não se sabe por quê, os corticoides não conseguiram retardar a progressão da doença, e ainda por cima aumentaram o risco dos pacientes de desenvolver diabetes. Os autores relatam que, segundo evidência de moderada qualidade, o uso de corticosteroides em monoterapia (ou seja, sem combinar com outros medicamentos) não acelera significativamente a recuperação dos pacientes com a síndrome.
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