Exame para acompanhamento do câncer colorretal: a dosagem de CEA

Pessoas que tiveram e foram tratadas de câncer colorretal geralmente precisam ser acompanhadas pelos médicos por pelo menos cinco anos, para se ter certeza de que a doença não voltou. A cada três ou seis meses depois da cirurgia para retirada do tumor, os médicos geralmente fazem um exame de sangue chamado CEA (que detecta uma substância de nome esquisito, o antígeno carcinogênico embrionário). A Cochrane produziu uma revisão sistemática das pesquisas sobre essa substância para saber qual seria o valor de CEA no sangue que seria ideal para indicar que estaria havendo uma recorrência do cancer, ou seja, que a doença “voltou". Apesar de os níveis mais baixos de CEA (> 2,5 mcg/L) detectarem mais pacientes com recorrência do câncer, esse valores também produzem muitos "falsos positivos", ou seja, indicam que o paciente teria uma recorrência do câncer quando, na realidade, ele está perfeitamente saudável. Os autores concluíram que o melhor é usar os valores de CEA mais altos (> 10 mcg/L) como "ponto de corte", pois eles têm uma boa capacidade de detectar recorrências e poucos falsos positivos. Os autores alertam que o exame do CEA não é suficiente para monitorar as pessoas que tiveram esse tipo de câncer, pois sempre existirão pessoas com níveis de CEA normais mas que terão recorrência da doença. Ou seja, esse exame não é infalível na detecção das recorrências, e precisa ser usado, pelo médico, junto com outros exames. 

 

A Cochrane Brasil, por meio de voluntários do seu Centro Afiliado do Pará, traduziu o resumo dessa revisão sistemática para você entender melhor o assunto. Confira!

 CD011134: https://www.cochrane.org/pt/CD011134/deteccao-do-cancer-colorretal-recorrente-pela-dosagem-dos-niveis-sanguineos-do-antigeno