Depois que o bebê nasce, passando pelo canal do parto, o útero continua a se contrair espontaneamente para que a placenta seja expulsa. O médico ou a parteira, aguardam que isso aconteça ou então podem tomar uma conduta mais ativa: eles podem dar um medicamento para a mãe para estimular as contrações do útero, podem cortar rapidamente o cordão ou podem puxar o cordão e pressionar o útero ao mesmo tempo, tudo isso para acelerar a expulsão da placenta. Essa conduta mais ativa teoricamente ajudaria a diminuir o risco de hemorragia após o parto, que é uma causa de morte de mulheres principalmente em países de baixa renda.Uma revisão sistemática da Cochrane avaliou se essa conduta ativa realmente é benéfica para as mulheres. O trabalho conseguiu reunir os resultados de sete estudos, com mais de 8 mil mulheres, e mostrou que realmente a conduta ativa reduz o risco de hemorragia grave (aquela em que a mulher perde cerca de um litro de sangue) e o risco de anemia nas mulheres, independentemente de elas estarem em maior ou menor risco antes do parto.Só que a conduta ativa também tem seus efeitos negativos: como o médico corta o cordão mais precocemente, menos sangue passa da placenta para o bebê e por isso o peso dele ao nascer é menor. Além disso, em algumas mulheres, a conduta ativa pode aumentar a pressão sanguínea, provocar cólicas e vômitos -- se bem que existem remédios disponíveis para evitar esses problemas. Quais dessas medidas é mais benéfica (se cortar o cordão rapidamente, se dar os remédios para contrair o útero ou a tração do cordão)... é algo que futuras pesquisas precisarão responder.O resumo dessa revisão sistemática foi traduzido pelo Centro Cochrane do Brasil e está disponível.
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