Os médicos costumam ser bastante cuidadosos na hora de prescrever medicamentos para as gestantes, pois não se sabe dos efeitos de alguns deles no desenvolvimento da criança. Porém, existem alguns remédios que não podem deixar de ser tomados pelas mulheres mesmo durante a gravidez: é o caso dos anticonvulsivantes, que são prescritos para pessoas que sofrem de epilepsia. Esses remédios ajudam a evitar as convulsões — que podem ser perigosas para as gestantes.
Revisores da Cochrane decidiram verificar se as drogas antiepiléticas, como são chamados esses medicamentos, afetariam o desenvolvimento do feto de alguma maneira. Eles incluíram 28 estudos na revisão. Os trabalhos mostraram que as crianças expostas ao valproato de sódio ainda na barriga da mãe têm risco de terem um QI (quociente de inteligência) mais baixo do que aquelas expostas a outros remédios, como carbamazepina ou fenitoína. A maior parte da evidência indica que o uso de carbamazepina durante a gravidez não está associado com o problemas no desenvolvimento neurológico das crianças expostas.
Os dados são insuficientes sobre drogas antiepiléticas mais novas, tais como lamotrigina, levetiracetam ou topiramato. As mulheres que sofrem de epilepsia e que planejam engravidar precisam conversar com seus médicos para decidirem juntos qual o melhor medicamento a ser tomado nessa fase. O resumo da revisão foi traduzido para o português pelo Centro Cochrane do Brasil.
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