A vitamina D é importante para manter o equilíbrio do cálcio no organismo, contribuindo para que os ossos fiquem fortes, além de ter várias outras funções. No entanto, muitas gestantes podem ter níveis baixos de vitamina D no sangue. Por isso, tem sido divulgada a ideia de que dar suplementos de vitamina D durante a gravidez poderia ser bom tanto para as mulheres como para seus bebês. Só que a ciência parece ainda não apoiar essa prática para todas as mulheres: é possível que a suplementação de vitamina D não seja segura o suficiente.
Uma revisão sistemática da Cochrane, que o Centro Cochrane do Brasil acaba de traduzir, reúne 15 estudos clínicos que foram realizados em vários países sobre os efeitos de tomar comprimidos de vitamina D (suplementação) durante a gravidez. Esses estudos, todos juntos, envolveram cerca de 2.800 mulheres, e os resultados sugerem que oferecer a vitamina D isolada para as gestantes poderia ajudar a reduzir um pouco o risco de parto prematuro (nascimento antes da 37a semana de gestação) e também o risco de o bebê nascer com peso menor que 2,5 kg. Alguns estudos sugerem que, quando vitamina D e cálcio são oferecidos em conjunto, essa combinação poderia diminuir o risco de a gestante desenvolver pré-eclâmpsia (pressão alta na gravidez). Porém, ao mesmo tempo, a revisão mostrou que a combinação de cálcio e vitamina D também poderia aumentar o risco de ter um parto prematuro.
O grande problema dos estudos incluídos nesta revisão é que a maioria deles tinha poucas participantes, sua qualidade não era boa e eles não avaliaram possíveis efeitos adversos decorrentes dessa suplementação. Por isso, as evidências científicas atuais não são suficientes para recomendar que todas as gestantes tomem suplementos de vitamina D de rotina durante o pré-natal. Ainda são necessários estudos maiores e de boa qualidade para avaliar melhor os benefícios e a segurança dessa prática.
Para ler o resumo traduzido desta Revisão Sistemática Cochrane, clique aqui.