Uma mulher que tem o tipo sanguíneo chamado de Rh negativo mas está esperando um bebê que tem sangue Rh positivo pode ter problemas: nessa situação, o organismo da gestante produz os chamados "anticorpos anti-Rh", ou anticorpos contra as hemácias do feto. Em outras palavras, o corpo da mãe trata o feto como se fosse um "invasor"; esses anticorpos passam a atacar o feto e podem provocar anemia no bebê ou, pior, a sua morte. Essa sensibilização da mãe contra o sangue Rh positivo do filho é mais comum durante o parto (quando o sangue do bebê pode entrar em contato com o da mãe), mas ocasionalmente pode ocorrer no final da gestação.
A solução tradicional para evitar esse problema é dar para a mãe Rh negativa o soro anti-D (ou imunoglobulina anti-D) logo após o parto. A Cochrane buscou estudos clínicos que avaliaram se a "vacina" anti-D dada durante a gravidez poderia evitar que a mulher fique sensibilizada. O Centro Cochrane do Brasil traduziu o resumo dessa revisão sistemática que encontrou apenas dois estudos a esse respeito. Não existem evidências conclusivas sobre os benefícios, tanto para a mãe quanto para o bebê, do uso da injeção de soro anti-D durante na incidência de aloimunização Rh nem sobre a icterícia do bebê. As evidências eram de qualidade baixa a muito baixa.
Leia o resumo traduzido desta Revisão Sistemática Cochrane clicando aqui.