Em muitas regiões do mundo, as enfermeiras obstetrizes são as principais responsáveis pelos cuidados oferecidos às grávidas. No modelo de assistência obsétrica contínua liderada por obstetrizes, uma equipe de obstetrizes conhecidas e de confiança da gestante cuida dela durante o pré-natal, o trabalho de parto, o parto e no começo da sua jornada como mãe. Nesse modelo, as obstetrizes contam com o apoio de outros profissionais de saúde, como médicos e nutricionistas, e, se necessário, a gestante pode ser encaminhada para eles. Já no modelo tradicional, o obstetra ou o médico generalista é o principal responsável pelo atendimento à gestante e ela muito provavelmente irá ser atendida por diferentes médicos durante as consultas do pré-natal, durante o trabalho de parto, no parto e depois da alta.
Uma revisão sistemática da Cochrane, que foi recentemente atualizada, incluiu 15 estudos com mais de 17 mil mulheres, que avaliaram as diferenças entre os dois modelos de assistência, e nos quais o parto ocorreu no hospital. O trabalho mostrou que as gestantes atendidas por um mesmo grupo de obstetrizes durante o pré-natal, trabalho de parto e parto têm menor probabilidade de terem um parto prematuro, de perderem seu bebê ou de precisarem de outras intervenções. Elas também ficaram mais satisfeitas. Os dois modelos de assistência tiveram probabilidade idêntica de terem partos por cesariana.
A revisão mostrou que o modelo de assistência obstétrica contínua liderado por obstetrizes deveria ser oferecido para a maioria das gestantes sem problemas clínicos ou obstétricos sérios.
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