A carótida é a principal artéria que fornece sangue para o cérebro, e cerca de 20% dos casos de derrame (acidente vascular cerebral, ou AVC) acontecem porque a carótida fica estreita. Os médicos corrigem esse problema com uma operação de nome esquisito: endarterectomia. Mas essa cirurgia também é arriscada, já que esse procedimento também pode provocar um AVC, porque o médico precisa interromper temporariamente o fluxo de sangue dentro da carótida. Por causa disso, os cirurgiões podem usar um tubo de silicone, para fazer com que o sangue continue chegando ao cérebro por outro caminho durante a operação. Esse desvio, ou “shunt”, também é chamado de "derivação".
O Centro Cochrane do Brasil acaba de traduzir e disponibilizar o resumo de uma revisão sistemática que avaliou se é realmente benéfico fazer esse desvio em todos os pacientes submetidos a essa cirurgia, fazer esse desvio somente em alguns pacientes ou nunca fazer esse desvio. A revisão encontrou seis estudos clínicos, com 1.270 pacientes, mas em geral esses trabalhos tinham problemas metodológicos ou não relatavam os resultados de forma adequada. A conclusão da revisão foi que as evidências atualmente disponíveis são insuficientes para recomendar ou não recomendar o uso do desvio durante a endarterectomia da carótida. Isso quer dizer que mais pesquisas são necessárias antes que se possa concluir algo sobre o uso do "shunt" na cirurgia para correção do estreitamento da carótida.
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