Muitas mulheres, e especialmente adolescentes, sofrem com sangramentos irregulares e intensos. É comum que esses ciclos menstruais ocorram sem que a mulher consiga ovular também. Nesses casos, os médicos costumam prescrever remédios chamados de “progestógenos”, para tentar regular o ciclo. Só que ainda não se sabe qual o melhor esquema, a dose, o tipo de progestógeno e se ele deveria ou não ser dado junto com estrógeno.

O Centro Cochrane do Brasil tem trabalhado para divulgar para a população brasileira os resultados dos estudos de melhor qualidade disponível, que são as revisões sistemáticas. Nem sempre, porém, esses estudos chegam a conclusões muito afirmativas, infelizmente. Nossos voluntários traduziram para o português o resumo de dois desses trabalhos e mostraram que é preciso ainda realizar mais pesquisas sobre esses assuntos.

Será que tomar vitaminas na forma de suplementos protege a gestante contra o aborto espontâneo (a perda do bebê no início da gravidez)? A Cochrane preparou uma revisão de 40 estudos sobre esse assunto, envolvendo mais de 200 mil grávidas ou mulheres que desejavam engravidar. Olhando todas essas pesquisas em conjunto, a Cochrane concluiu que tomar suplementos de vitaminas de qualquer tipo, antes ou no início da gravidez, não reduz o número de mulheres que sofrem abortos espontâneos.

Quando um paciente precisa passar por uma anestesia ou exame que envolve uma punção na coluna (ou seja, o médico coloca uma agulha na coluna para inserir o anestésico ou retirar líquido), pode ter um efeito colateral muito desagradável: uma crise de dor de cabeça muito forte, que dura vários dias.

Algumas pesquisas mais antigas sugeriram  que tomar estatinas (remédios para baixar o colesterol no sangue) poderia talvez ajudar a diminuira ocorrência de demência (uma redução na capacidade intelectual ou cognição, comum, por exemplo, na doença de Alzheimer). A Cochrane produziu uma revisão sistemática de todos ensaios  clínicos randomizados sobre esse assunto, pois esses são o melhor tipo de estudo para responder a essa questão.

O professor Álvaro Nagib Atallah, diretor do Centro Cochrane do Brasil (CCB), esteve em Florianópolis no dia 28 de novembro para palestrar no Fórum de Direito à Saúde promovido pelo Tribunal de Justiça de Florianópolis. O organizador do evento foi o juiz federal Clênio Jair Schulze, ex-coordenador do Comitê Executivo Nacional do Fórum da Saúde do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O aniversário ocorreu em 31 de outubro e será comemorado em dezembro Fundado em 31 de outubro de 1996, o Centro Cochrane do Brasil comemora seu vigésimo aniversário este ano. Nas últimas duas décadas, o Centro apoiou autores de diferentes regiões do país e produziu mais de 300 revisões sistemáticas para o Ministério da Saúde. Algumas dessas equipes de autores estão agora iniciando atividades Cochrane em suas próprias regiões.

O Centro Cochrane do Brasil participa este ano, mais uma vez, do Cochrane Colloquium: os pesquisadores brasileiros tiveram cinco pôsteres exibidos na reunião, além de uma apresentação oral. A produção trata de relatos críticos das atividades do Centro, na disseminação da saúde baseada em evidências, do apoio aos autores de revisões sistemáticas e também sobre metodologia e novos instrumentos a serem usados nas revisões e metanálises, além dos esforços de tradução.

Há algumas décadas, as mulheres usam medicamentos hormonais para aliviar sintomas como os fogachos e os suores noturnos, comuns após a menopausa. Os fogachos atingem cerca de 70% dessas mulheres!

A Cochrane revisou pesquisas científicas que avaliaram se o uso de antidepressivos poderia ajudar os fumantes que querem parar de fumar. O trabalho mostrou que os fumantes que tomam bupropiona ou nortriptilina têm mais ou menos as mesmas chances de abandonar os cigarros em seis meses do que as pessoas que usam reposição de nicotina (por exemplo, gomas de mascar ou adesivos).